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Como Identificar Dependência de Jogos em Crianças e Adolescentes e o Que Fazer

  • Foto do escritor: Daniela Branco
    Daniela Branco
  • 19 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

dependência de jogos

O uso de videogames e jogos eletrônicos faz parte da vida de muitas crianças e adolescentes. Porém, em alguns casos, o excesso de tempo jogando pode evoluir para algo mais sério: a dependência de jogos. Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto a American Psychiatric Association (APA) já reconhecem critérios para identificar a dependência de jogos, e compreender esses sinais é essencial para os pais.

O que é Dependência de Jogos?

A OMS classifica o "distúrbio de jogos" como um padrão de comportamento de jogo persistente e recorrente que resulta em prejuízo significativo na vida pessoal, familiar, social, educacional ou ocupacional. Já a APA, embora ainda não considere a dependência de jogos como um transtorno oficial no DSM-5, incluiu a condição como tema de estudos futuros e sugere critérios semelhantes aos da OMS.


Critérios para Identificar Dependência de Jogos

Pais devem observar os seguintes sinais, conforme definidos pela OMS e a APA:

  1. Perda de controle sobre o tempo gasto jogando: a criança ou adolescente joga mais do que o planejado ou não consegue parar, mesmo quando há consequências negativas.

  2. Prioridade crescente ao jogo: atividades importantes, como estudos, convívio familiar ou esportes, são deixadas de lado.

  3. Continuação ou intensificação do jogo apesar de impactos negativos: mesmo percebendo que o uso excessivo está prejudicando sua vida, a pessoa não consegue reduzir.

Para que o comportamento seja considerado dependência, esses sinais devem persistir por 12 meses ou mais e causar prejuízo significativo.


Classificação de Tempo de Uso de Jogos por Faixa Etária

Embora não exista um consenso universal, especialistas e organizações como a OMS e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam limites de tempo baseados na idade:

  • Até 2 anos: Nenhum contato com telas, incluindo jogos.

  • De 2 a 5 anos: Até 1 hora por dia, sempre com supervisão.

  • De 6 a 12 anos: Até 2 horas por dia de telas, incluindo jogos.

  • Acima de 12 anos: Até 3 horas por dia, com equilíbrio entre estudos, atividades físicas e convivência social.


Exceder essas recomendações frequentemente pode ser um sinal de alerta para dependência ou mau uso.


Como Identificar os Riscos?

Além de observar o tempo gasto jogando, preste atenção nos seguintes aspectos:

  1. Mudanças comportamentais:

    • Irritabilidade ou raiva quando interrompido.

    • Isolamento social ou perda de interesse por atividades que antes gostava.

  2. Impacto nos estudos ou no trabalho escolar:

    • Queda no desempenho acadêmico ou procrastinação excessiva.

  3. Problemas físicos:

    • Distúrbios de sono, dores nas costas, nos olhos ou sedentarismo.

  4. Alterações emocionais:

    • Aumento de ansiedade, depressão ou agressividade.


O Que Fazer em Caso de Dependência de Jogos?

Se você identificar sinais de dependência, siga estas orientações:

  1. Converse de forma aberta e sem julgamentos:

    • Pergunte como seu filho se sente em relação ao jogo e tente entender os motivos por trás do uso excessivo.

  2. Estabeleça limites claros:

    • Reduza o tempo de jogo progressivamente, respeitando as faixas etárias recomendadas. Use aplicativos de controle parental, se necessário.

  3. Reforce atividades alternativas:

    • Incentive hobbies offline, como esportes, leitura ou artes, para reduzir o foco nos jogos.

  4. Acompanhe o tempo de uso:

    • Monitore a frequência e a duração do uso de jogos eletrônicos.

  5. Procure ajuda profissional:

    • Se o comportamento persistir ou causar prejuízos significativos, busque apoio de um psicólogo ou psicanalista com experiência em dependência tecnológica. Terapias familiares também podem ajudar a abordar a questão de forma mais ampla.


Prevenção: O Papel dos Pais

Prevenir a dependência de jogos começa com o equilíbrio. Dê o exemplo ao reduzir o uso de telas, promova momentos de interação familiar e ofereça um ambiente que valorize o diálogo e a convivência. A tecnologia não é inimiga, mas deve ser usada com consciência.

Ao entender os critérios da OMS e da APA e observar sinais no comportamento de seu filho, você estará mais preparado para lidar com os desafios trazidos pelo uso excessivo de jogos. O mais importante é agir com empatia e buscar equilíbrio para manter o bem-estar da família.

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